RASGO O ROSTO DA TERRA

Rasgo o rosto da terra

Coloco-lhe o estrume das aves

Que hão de alimentar os homens 

As outras voam com as crianças 

Rumo ao mundo

E aos seus mistérios 

Rumo ao deslumbramento 

Rumo à fonte da sua paixão.


Coloco as videiras com as raízes frágeis 

Libertas do pó 

Profundas para irem ao encontro 

Da embriaguez 

Dos corações felizes.


Fui-lhes infiel um dia 

No meu tempo dividido 

Mas agora elas  são a minha  nova inocência 

E eu junco levado pelo tempo 

Regresso para as plantar e amar.


HENRIQUE DÓRIA 








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