ESPLENDOR NA RELVA

Não há sobre a relva 

O improvável milagre

Apenas o simples esplendor 

Do verde

Da flor da ansiedade.


Nada há que te devolva

Os róseos dedos do amor

Que não tiveste

Nem sequer a chama fria

Do lume que perdeste.


Recordar que sonhaste

Que sentiste sede e fome 

E não comeste

Enquanto em ti rugia o leão da ausência

E te ignorava o Deus da indulgência


Não te devolve o tempo

A ave da vida

A imortalidade breve.

Vives em possibilidade

Precisas de amar até à derradeira neve.


HENRIQUE DÓRIA




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