NLD
Não amarmos apenas, mas sermos amor, tornar-nos-ia semelhantes aos deuses.
Todos podem amar. Mas quem consegue ser amor, esse estado tão próximo do supremo orgulho, tão próximo do absoluto poder, mas que é a suprema abdicação, a suprema dádiva que apenas se alcança quando o amante se perde nos outros, quando nele é nada para nos outros ser tudo, quando quer possuir para nada ter, quando quer ser os outros para ser ele mesmo, quando quer conhecer os outros para se conhecer a ele mesmo, transportar a suprema carga de si mesmo através do mundo como se fosse através do éter, libertando-se de si próprio, de todo o sofrimento e de toda a queixa?
Não é anular-se, mas transformar-se nos outros, ser como se não fosse, nem tivesse sequer chegado a ser porque sempre estará no outro mesmo depois da noite súbita.
Perdendo nos outros o rasto do eu tornar-nos-emos deuses de nós mesmos, regressando assim à nossa essência. Aí encontraremos então o deus da nossa casa vazia porque esse deus estará em nossa casa como se habitasse o mundo.
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