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O amor é amizade que se tornou angustiada pelo temor da perda e pela premência do desejo. Angustiado, mesmo que não se sinta, o amante perde-se dentro de si mesmo porque se transforma num labirinto à força de se perder pelo outro.
Mas essa angústia é vulgar e só deixa de o ser quando se transforma em desespero, porque só a amor desesperado morre pelo amado. Os homens são, quase sempre, simulacros do amor. Em verdade só as mulheres amam porque é feminina a morte, e o amor faz delas um sonho mortal.
De todas as mulheres a quem alguma vez disse que amava mas deixei de amar guardo uma amizade longínqua e triste que é a mesma amizade longínqua e triste que guardo para as mulheres a quem não disse que amava mas desejaria ter dito porque por todas sempre sentirei amor.
Elas hão de passar, eu hei de passar, eu sei. E ninguém lembrará o amor que eu tive ou que quis ter. Mas o mundo não será o mesmo depois de alguém ter sentido amor porque, com ele, esse alguém fez unir o sol a outras estrelas.
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