Para.

Para


Nenhum caminho

Leva ao Paraíso

Nenhuma luz

Disseram-te as pedras vermelhas

E a sombra.


Para

Disse-te a Estrela Polar

Disse-te o Cruzeiro do Sul

Enquanto te sustentavas nelas

Com os teus pés perdidos

Palhaço dos céus

E riam os espectadores

Do teu equilíbrio instável

E ria o leão do Inverno

Quando metias a cabeça na sua boca

E ficavam flácidas 

As tuas orelhas brancas

Que caiam de medo.


Ai Ai Ai

A vida morde.


A insustentável vida

A única vida

Fluido que passa

Torrente corrente

Menina pequena.


Ai Ai Ai

Não queiras dormir dentro da ânfora.


Caminha nada voa

Até que a noite fique

Encerrada nos teus lábios

Não pares

Até à estrada silenciosa


Que te leva ao Nada.








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