ALMA VERDE ESPIGA

 Alma verde espiga

Balanceando ao vento

Campos perpétuas

Onde a minha alma não repousa

Saiu do meu corpo


Corre como uma lebre louca

Contra o mundo contra os males

Contra a podridão das peles


Contra a podridão das uvas.


Aiué ouvia eu na infância

E não sabia ler

Estrelas


Dentro dos meus olhos

Não há Deus

Só corações famintos

Janelas que se fecham mal se abrem

Muralhas que não se derrubam


Em catadupa


Para onde vais espiga

Que já não és verde?

Não te vês não te vendes


Simplesmente vais


E não consegues o fio

E o vento varre-te


Espiga que não se vê

Espiga que deixará de ser vista

Aiué espiga cheia de sangue.


HENRIQUE DÓRIA




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