NLD

 159

Meu pai, quando fala da sua morte que sente aproximar-se, diz com resignação que é uma dívida que tem de pagar. Eu, seu filho, digo-lhe, com serenidade, que já pagámos essa dívida que não contraímos, embora dela sejamos beneficiários, pelo nosso sofrimento e o sofrimento dos outros que nós próprios sofremos. E é uma dívida injusta porque foi a natureza que nos impeliu a ela, pois tem a ambição insensata de se replicar eternamente.

160.

A realidade é a consciência da fragilidade dos nossos sonhos.

161

Ao almoço, em Terras de Miranda, serviram-me carne de boi mirandês que vinha acompanhada de um pequeno cartaz a cores, com a fotografia do boi e a sua árvore genealógica.

Soube-me bem aquela carne de boi suspensa numa árvore genealógica.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

CANÇÃO DE ORFEU PARA EURÍDICE

ESPLENDOR NA RELVA

QUANDO DEUS CRIOU O TEMPO