O amor não é algo de indizível e indemonstrável, mas algo de demonstrável como o mais simples dos teoremas. A sua demonstração tem os passos que vão entre a vida e a morte.
És As cordas doces da lira E o seu som A escultura e o corpo A nascente que anseia a sede És O vento que enforma os juncos do Verão E um vulcão apaixonado A fraterna idade dos conselhos E a liberdade fresca do orvalho Aparência que é espelho Da verdade E o equilíbrio do arco e da flecha Suspensa no seu vertiginoso voo És E por ti eu sou. HENRIQUE DÓRIA
Não há sobre a relva O improvável milagre Apenas o simples esplendor Do verde Da flor da ansiedade. Nada há que te devolva Os róseos dedos do amor Que não tiveste Nem sequer a chama fria Do lume que perdeste. Recordar que sonhaste Que sentiste sede e fome E não comeste Enquanto em ti rugia o leão da ausência E te ignorava o Deus da indulgência Não te devolve o tempo A ave da vida A imortalidade breve. Vives em possibilidade Precisas de amar até à derradeira neve. HENRIQUE DÓRIA
Quando Deus criou o tempo Pensou também na morte Que é a verdade do tempo Ou apenas no prazer Da sua criação Ignorando que o tempo iria Crucificar a rosa Violar os rios e as fontes Tornar em pó a terra abençoada Desfazer as nuvens e o azul Os bichos grandes e pequenos O ardiloso homem e os seus oito olhos Até tornar em nada o amado sol E as férteis nebulosas? HENRIQUE DÓRIA
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ResponderEliminarO amor é visível em todos os momentos que mesmo invisíveis nos levam ao outro, a nós, até ao momento da não existência.
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