NLD

 Não há verdades universais, nem nas ciências exatas nem na mais exata das ciências. Há, tão só, verdades que aproximam os factos mais ou menos das abstrações que deveriam impor-se a todos os homens: liberdade, igualdade, fraternidade; sabedoria, força, beleza; honra, justiça, progresso.

Estamos, por isso, condenados a falhar.

Falhamos mas voltamos a tentar com a convicção de que voltaremos a falhar, agora, talvez, com menos erros. Escalamos a montanha para a descer de novo e voltar a subir para falhar novamente o desígnio de atingir o cume.

Tentamos enganar a Morte, aprisionando-a com uma coleira em volta do pescoço. Conseguimos isso por momentos. Mas é apenas uma ilusão dentro dessa ilusão universal que é o tempo, porque, na verdade, não há tempo mas apenas passos que nos nossos sonhos são tempo, os passos de Sísifo até que Hades dele liberte a Morte.

Precisamos de um guia que nos ilumine os passos, porque tudo é misterioso, os nossos pés e o caminho, e o caminho um jogo cheio de ninharias e futilidades, onde tantas vezes o coração se perde. Só o guia  nos dirá que podemos fazer os trilhos da montanha do amor, para que o caminho não seja um deserto de inutilidades, de tédio ou de horror.



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