SÓ HÁ JUSTIÇA NO TEMPO
Só há justiça no tempo
E igualdade na morte.
Começamos por beber leite em conchas
Brandas antes de ele passar
Para búzios vazios
Onde o leite se transformará em vinho
Porque ainda não terminaram os milagres.
Depois o vinho só
Resta em folhas rotas
Voando
Para o frio da noite
Escoando-se pela terra seca.
Aí será engolido pelas covas
Fazendo-nos hóspedes bêbados do pó
Até nos perdermos todos por igual
Sem canções nem gritos
No nunca ouvido som do escuro.
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