ADIVINHAS
Ser simples até alcançar a beleza da erva ou das crianças?
Partem as aves deixando-nos a sua sombra para que a possamos pegar?
Liberdade, palavra desejada contando o ferro, cortando o vento?
Pela serenidade do voo e pela altura do ninho do milhafre desprezavas o abismo?
Se a natureza viva tem consciência não a terá também a natureza morta de Morandi?
Não é o sono que torna possível o canto e a coragem?
Neste mundo onde a hipocrisia cresce nas papoulas do ópio é-nos lícito não combater a devastação dos vírus?
Perante as hienas da mentira e da maldade lograrão os cordeiros transformar-se em leões para poderem ser apenas cordeiros?
Não é na noite que mais brilham os olhos das hienas?
Logrará quem se recusou a ser parte do rebanho não ser carne para a matilha?
Viver com a força do trovão dentro da brevidade do relâmpago para matar o tempo?
O tempo guardará de mim o som do meu nome ou tão só o nada do meu pó?
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