ADIVINHAS
Quem conduz a minha carruagem, eu ou os boleeiros que me deu o tempo?
Um fio de sangue saindo da minha sombra sou eu?
Há um espelho dentro do poema ou uma nuvem de crinas revoltadas?
Saberão os mortos o que é o amor deslizando pelos seios nus e pela vulva vermelha de uma jovem mulher?
Logrará alguma vez o homem descobrir o mistério que há dentro dos olhos do tigre?
O sulfuroso e o doloroso incluem-se?
Não é a memória uma dor maior do que nós?
Podemos dizer que viveu aquele a quem nenhuma mão acariciou o lençol?
Em que palavras haverá mais poesia, nas que escrevi ou nas que esqueci?
Haverá uma videira da salvação?
Não estão a ver-se num só espelho a sabedoria e a dor?
No fim de combates impiedosos não serão as feridas sempre maiores que os louros do triunfo?
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