POEMA XII
Entre a ubiquidade de Deus Vive uma pomba Com o seu coração dividido E a artéria aorta ligada Ao cântico dos cânticos E a pomba beija o lado direito De Deus com a sua língua Santificada e dadora de vida Para que do seu ventre nasçam peixes E um belo homem louro Com uma coroa de espinhos Preparando o triunfo do sangue E o belo homem louro é um nardo Ardente nas coxas da amada Um homem multiplicador de pães Caminhante fazendo o seu caminho Sobre a superfície das águas Lado a lado com o basilisco Numa mão levando a espada Noutra o vermelho hibisco -Porque ele sabe que o amor e a beleza Estão destinados à morte- Caminhando também pelas montanhas Onde se prolongam as bem aventuranças O sal e as palavras. Pai, porque fizeste do belo homem louro O. branco cordeiro do sacrifício ? Já não serves para nada Pai És um sapato roto Esquecido numa vereda Um pó negro de trigo Entre as pedras de ferro Escondido que estás na escuridão Não passas de um trovão maldoso De que as cri...