NINGUÉM SABE O QUE SERÁ

Ninguém sabe o que será

O mundo - morreram já

Os que sabiam

E os que permanecem

Não sabem ainda

Apenas sentem

Que debaixo de cada pele 

Há um mundo

E dentro de cada cabeça

Há antimundos.


Se cortarmos as cabeças

Antimundos rolarão

Pelas ruas negras

Rolarão pelas ruas vermelhas

Como bolas de cabelo coalhado.


Por tantos antimundos

À minha cabeça

Move-a a força de um não.


HENRIQUE DÓRIA




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