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A mostrar mensagens de maio, 2023

HÁ COISAS QUE ESPERAM POR NÓS

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Há coisas que esperam por nós Até morrermos E, no entanto, seres distraídos E volúveis Partimos Sem um lenço vermelho Sem um lenço branco A dizer-lhe adeus. Aquele rosto alto de mulher por detrás da rapariga A alumiar a água Aquele ácer ardente na encosta Aquela pedra branca que me falava Vento suave ao meu ouvido Aquele rio - Aquele monte Aquela oliveira plena de luz Candeia nas mãos de milhares de mortos Para elas Os nossos anos foram só névoa Dentro dos olhos Palavras silenciadas dentro das bocas Ternura esquecida nas mãos famintas Agora pobres mãos de nada E de ninguém. HENRIQUE DÓRIA

FRAGMENTO

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Apesar de se reivindicar do judaísmo, o cristianismo tem muito mais de platonismo do que de judaísmo. Basta lermos a parte final de A REPÚBLICA, livro X, para percebermos que o livre arbítrio na escolha do bem e do mal, o julgamento, as delícias luminosas do Céu e as penas e trevas do Inferno, Deus e os demónios que torturam os mortos que escolheram o mal, o Purgatório como lugar de purificação, tudo isso é apenas uma criação grega, expos ta por Platão.  A Torah ignorava a existência do Céu e do Inferno, que só aparecem no judaísmo posterior. A referência ao Purgatório não aparece no Antigo Testamento. Os demónios  com que Tertuliano ameaçou os romanos  para os converter pelo medo das piores torturas ( que haveriam de ser aplicadas pela Santa Inquisição) e os santos que ocupavam o Céu, junto de Deus, eram uma criação grega, visível naquele livro X de A REPÚBLICA. Tudo mitos cuja origem se esconde porque revelaria a fragilidade de uma crença.

AH GENTIL COBRA

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 Ah gentil cobra Com uma faca na mão E um capelo nos dentes Morde-me até eu morrer. HENIRUQ DÓRIA

A MINHA ALMA TEM DENTRO DE SI

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A minha alma tem dentro de si Tantas almas Tabernáculos com tabernáculos Dentro Divinas labaredas A minha alma escaravelho vivo dentro do âmbar Cheio se metamorfoses e revoltas De sombras de vida em direção ao sol A minha alma água Que parece parada Mesmo quando passa A minha alma sedenta de incêndios Que chuva a irá apagar? HENRIQUE DÓRIA