ADIVINHAS

Há em ti uma obscura fidelidade, rosa de ninguém? Rosas de primavera ou uvas de outono, onde está o sopro da fertilidade? Apaixonado pela terra ou pela sua solidão a caminho da derradeira neve? Apenas solidões paralelas que se encontram? Deitar-se-á a lua no leito dos velhos? Quando uma estrela cai dentro do espelho, cai também uma lágrima? Poço de águas negras, profundas? Melhor a erva ou a calhandra de vôo incerto? A beleza das folhas de Outono caindo ao encontro da morte? A nossa hipnose de vôo é igual ou maior que o céu estrelado? Videiras e rosas sonham o rosto da amada? Com as videiras e as rosas parti numa embaixada? HENRIQUE DÓRIA