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A mostrar mensagens de fevereiro, 2025

O POEMA É A CHAVE

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 O poema é a chave que te abre Porque tu és uma porta  Para a casa do mundo  Chave da alma Luminosa chave do mistério  Da vida e da morte  Da alegria e da dor Chave do sangue verde  Do amor  Da noite azul e do esplendor. Arde poema arde Porque mesmo ignorada A tua hora permanece E a tua luz não chegará tarde. HENRIQUE DÓRIA 

RENOVEI

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 Renovei a casa de meus pais            (Apenas o primeiro andar O rés do chão permaneceu tranquilo  Para a sua velhice) Quartos brancos para que neles Se sinta confortável a neve  Quando cair Portas cinzentas por onde saí e entrei Para os ventos da vida Um banheiro com azulejos verdes e brancos Outro com azulejos brancos e negros Porque aí  Como em nenhum outro lugar Somos no princípio e no fim Palhaços alegres e palhaços tristes Janelas de vidros duplos Protegendo bem a minha solidão. Terminadas as obras Senti-me feliz Porque tudo estava limpo  E confortável para a morte. HENRIQUE DÓRIA 

A TERRA QUE NOS DÁ

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 A terra que nos dá  As flores e os frutos É a mesma Que nos devora as mãos. HENRIQUE DÓRIA 

TERRA

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  Terra de caules frágeis  Caules duros  Mas todos dando  O seu melhor . HENRIQUE DÓRIA 

QUANDO DEUS CRIOU O TEMPO

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 Quando Deus criou o tempo Pensou também  na morte Que é a verdade do tempo Ou apenas no prazer Da sua criação  Ignorando que o tempo iria  Crucificar a rosa   Violar os rios e as fontes  Tornar em pó a terra abençoada  Desfazer as  nuvens e o azul Os bichos grandes e pequenos O ardiloso homem e os seus oito olhos Até tornar em nada o amado sol  E as férteis nebulosas? HENRIQUE DÓRIA 

OUTRORA EU SONHAVA MUITO

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 Outrora eu sonhava muito Sonhava dobrar as palavras Como os reis dobram os seus súbditos  Ou os loucos dobram a realidade Ou os camponeses dobram as suas videiras. Dava às coisas nomes ignorados Para despertar nos homens a arte da magia E a sedução do pecado original. Eu era uma criança voraz A quem feria a rosa E um adulto perdido nas suas sombras  A quem angustiava o coração aceso  Dentro de uma alma tumultuada. Hoje  só corro e grito  Dentro dos meus sonhos Enquanto o vento fustiga O meu corpo doloroso Para entregar corpo e sonhos Aos lobos esfaimados. HENRIQUE DÓRIA